quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Critica ao Filme "O Colecionador de Ossos".

Elaborar a resenha crítica de um filme que teve diversas análises de profissionais e amadores, cada um na sua linha de pensamente é bastante complicado, deixar clara a opinião de duas pessoas que tiveram impressões diferentes do filme nas mesmas laudas, é ainda pior, no entanto possível.

Nas laudas seguintes não ficará explicito a nossa idéia separadamente, pois assim como no concurso de pessoas, o liame subjetivo entre os agentes deve ser ativo, o que é o nosso caso.

Um filme baseado no livro de Jeffrey Deaver, sob a direção de Phillip Noyce, “O Colecionador de Ossos” é para alguns um verdadeiro clássico americano, já para outros, inclusive para os apaixonados por longas de suspense, deixou a desejar no roteiro e nas cenas inexpressivas e sem emoção.

Com atores como Denzel Washington, que como sempre fez uma atuação impecável e Angelina Jolie, ele no papel de Lincoln Rhyme um perito criminal que exercia sua função de forma magnânima, se tornando um dos maiores criminologistas do país, mas que por obra do destino, que ele mesmo não acreditava ser premeditado, em uma de suas perícias sofre um grave acidente e é atingido por uma marquise, ficando tetraplégico e tendo que moldar-se a este novo universo, que inclusive era pago pelo Estado, já ela atuando como Amelia Donaghy, uma jovem patrulheira prestes a ser tranferida para o Juizado de menores, porém com uma aptidão precisa para a criminalistica.

Os caminhos de Amélia e Lincoln se cruzam por conta da atuação de um serial killer, um assassino em série que tinha o mesmo modo operandi, frio e calculista, arquitetou cada ação impecavelmente, o que na verdade os espectadores não esperavam é que os assassinatos eram uma vingança a Lincoln, o assassino queria mostrar ao habilidoso perito que mesmo ele deixando todos os rastros para a localização da próxima vitima Lincoln e a policia não conseguiriam estar a frete do psicopata, tornando-se desta forma também os responsáveis pelas mortes.

Em nosso contexto e realidade podemos equiparar o filme com crimes que foram cometidos no Brasil, como é o caso do “Meninos de Luziânia” , que teve uma repercussão imensa na mídia nacional, Admar Jesus da Silva, um pedófilo, psicopata e assassino matou seis jovens, sempre com o mesmo modo de agir, atraindo as vitimas oferecendo dinheiro para pequenos serviços e depois realizava o contato sexual e em seguida cometia o homicídio, sempre trazendo consigo um “troféu”, que era uma parte do corpo da vitima, seguindo sempre uma ordem, o que também acontecia com o serial killer do filme, ele agia como um taxista e deixava sempre a sua assinatura nos crimes que cometia, retirando cirurgicamente um pedaço da carne das suas vitimas.

São inúmeros os casos envolvendo psicopatas e isso nos faz refletir se temos um por perto, como podemos identificar um assassino em potencial? Em sua maioria, assassinos em série, psicopatas e pedófilos sofreram algum tipo abusos ou traumas, que podem ter influenciado no seu modelo mental, afetando assim o seu convívio social.

 Em um dos seus textos o doutor em direito penal, Luiz Flávio Gomes, fazendo referencia ao caso Eliza Samudio e Bruno ex-goleiro do flamengo, ele afirma que os psicopatas são extremamente frios e não esboçam nenhum tipo de remorso, são sádicos e alguns deles calculistas, e acham que são muito espertos, que ninguém vai descobri-los, no entanto a justiça esta ai para todos e nenhum crime é perfeito sempre existirá rastros que nos levará aos culpados.

Voltando ao que nos foi proposto, analisando o filme alinhamos os nossos pensamentos por dois caminhos, ambos ligados ao personagem de Denzel Washington, o primeiro é o da superação e o segundo é a questão da eutanásia, aquele ficou bem claro, pois a cada cena e minuto vemos as limitações de Lincoln e a forma que ele supera as barreiras que para muitos parece intransponível, o que acaba sendo um estimulo.

Algo que para muitos pode ter passado despercebido é uma cena em que ele diz que ele é o autor do próprio destino, mesmo sendo filho de pais semi-analfabetos ele leu milhares de livros, tornou-se o melhor do seu ramo, ainda que preso em uma maca lutou para salvar vidas de pessoas que nem conhecia. Para nós acadêmicos de Direito, ou ate mesmo outros estudantes, trabalhadores e pessoas, esse é um exemplo que temos que usar por base, somos autores do nosso destino, as escolhas podem até nos ser imposta, mas sempre temos opção.

Quanto ao outro caminho, a Eutanásia, para alguns telespectadores essa questão pode não ter ficado muito clara e de fato a produção pecou em não ter explanado de forma precisa e coesa um assunto que é tão presente em nossos dias, primeiramente a eutanásias é a ação deliberada de causar ou apressar a morte do doente que esta ou possui chances de entrar em estado vegetativo, Lincoln desejava acelerar a seu falecimento, no entanto quando se viu cara a cara com a morte teve medo, pois ele havia percebido que mesmo sendo um tetraplégico poderia deixar seu legado, poderia salvar sua própria vida ao salvar vidas alheias.

Mesmo com todas as divergências de opiniões, “O Colecionador de Ossos” é um filme que merece a atenção do público, ainda que não tenha os efeitos especiais dos novos filmes de Hollywood merece seu espaço na TV dos cidadãos e em especial daqueles que desejam transpor suas barreiras.

 Por: Fabrício Paim e Larissa Ferreira
Ambos acadêmicos de Direito da Faculdade da Cidade do Salvador.
Olá pessoal ocorrerá em Salvador o 09º Congresso Brasileiro de Direito Constitucional Aplicado, será realizado nos dia 02 e 03 de setembro no Hotel Fiesta. Serão certificadas 19 horas curriculares.

Há de se falar ainda no VII Encontro Baiano de Direto Penal: Novas Teses das Ciências Criminas, que também acontecerá em Salvador, em breve maiores informações.