terça-feira, 16 de novembro de 2010

Série Dialógos: Dialogando com Rogerio Greco



Rogerio Greco
Ainda lembro o dia em que professora Iracema adentrou a sala de aula, tecendo comentários sobre a idéia de organizar um evento com o professor Rogério Greco, do simples comentário até a realização efetiva do seminário, se deu em menos de dois messes, o que é um recorde, afinal éramos todos inexperientes para  a organização de algo do tipo.
 O fato de sermos meros acadêmicos de direito e sem tempo algum sobrando no dia-a-dia, apenas contando um com o outro e com a única pessoa que tinha alguma experiência, que por sinal já estava uma pilha de nervos e animus aflorados, não tivemos medo, encaramos a proposta, nosso nome passou a ser “trabalho” e o sobrenome “hora extra”.

Com tanta dedicação por parte de todos, conseguimos esgotar os ingressos em vinte e alguns dias de venda, o que não era para ser surpresa, afinal aquele que vendesse a maior quantidade de ingressos ganharia um carro, inclusive já deixei o meu escolhido na concessionária, restando apenas que a doutora Iracema Silva assine o cheque e autorize a compra.
Mesmo com todos os ingressos já vendidos o trabalho não parou, pelo contrario, o nosso sobrenome mudou de hora extra para trabalho “escravo voluntariado”, haviam inúmeras coisas a serem resolvidas:  as camisas, o buffet, crachás, lista de convidados, alunos sem ingresso, organização dos colaboradores, problemas com patrocinadores. Nossa! A data final já estava se aproximando e ainda tínhamos muito trabalho pela frente.
Confesso que as vésperas do dia tão esperado e planejado não consegui pregar o olho, quando cochilava sonhava com professora Iracema dando bronca porque algo estava errado, até que o dia clareou e pude sair para resolver os últimos detalhes.
Boa parte dos colaboradores compareceu para ajudar no toque final, enquanto organizávamos pastas, credenciais, decoração do auditório, a sala VIP, mesa para venda de livros, local de autógrafos, a diretora geral, só pensava em ir almoçar com Greco, mas quem não queria estar no lugar dela, eu daria minha nota da unidade para almoçar com ele, seria chique demais.
Eu e Professor Rogerio Greco
O grande momento chegava, estávamos todos lindos, camisas padronizadas, que por sinal ficou muito bonita, todos ansiosos, no entanto muito bem organizados até que professora Iracema resolve me convidar para ser mestre de cerimônia, minha cabeça girou, o chão se abriu, se em sala já sinto que o mundo esta caindo sobre mim quando me apresento imagina só quando tivesse que falar no púlpito.
Mantive-me firme e aceitei com muito grado o convite, tínhamos cerca de uma hora para ensaiar, lia e relia o texto, só que não conseguia expressar minha emoção no que estava lendo, não consegui ser natural, atropelava as palavras como um caminhão desgovernado.
Gabriel da Faculdade Batista, que também seria mestre de cerimônia ficou ao meu lado concertamos um o erro do outro e viramos ótimos amigos,  tentamos de todas as formas melhorar nossa performance até que do nada a porta do céu se abriu, eis que vejo ninguém menos que professor Rogério Greco, se estávamos nervosos agora a perna já não suportava o peso do corpo. Com muita simplicidade Greco nos parabenizou pela coragem de encarar o público e pelo desempenho, que naquele momento era só ensaio, o que foi muito motivador para mim e com certeza para Gabriel.
Finalmente a Série Diálogos chegou ao seu momento, Dialogando com Greco, como de praxe em um congresso que se preze, compomos a mesa, representando a Faculdade da Cidade do Salvador, a ilustre professora Renata Torres, coordenadora do curso de direito, ao seu lado o Professor Yuri Ubaldino, que apesar de ser mestre na FCS naquele momento representava a Faculdade Tomaz de Aquino, a elegante e mentora do evento Professora Iracema Silva, que foi aplaudida por seus alunos mais que qualquer outro que tenha se sentado aquela mesa, o ilustre Professor Wolney Perrucho, que presidiu a mesa com muita elegância e sabedoria, representando ali a Faculdade Batista Brasileira e o ilustríssimo professor e  embaixador de Cristo professor Rogério Greco. 
Eu e Gabriel - aluno da FBB
Feito os devidos agradecimentos e passada a palavra a Greco, este fez com que nos sentíssemos mesmo num verdadeiro diálogo, tendo como tema principal de sua palestra a Teoria do Crime, este explicou com clareza o que vem a ser tipicidade, ilicitude e suas excludentes e a culpabilidade, trouxe conteúdo histórico do conceito informal da teoria do crime em 1906, conceitos de diversos autores, valeu-se  de exemplos exagerados e cheios de graça, fatos ocorridos em sua vida real, inclusive afirmou que não era um bom estudante, que pescava e tirava notas baixas, o que levou os estudantes ao delírio, afinal se Greco que é um nome de peso no direito penal, uma pessoal renomada, com diversas obras publicadas já pescou, porque nós simples e mortais estudantes, traçando o caminho da vitória não podemos consultar o coleguinha na ora da prova para esclarecer duvidas?
Ao termino do seminário acredito que muitos ficaram com gostinho de quero mais, esses não devem nem se preocupar, pois já esta por vir um novo capítulo da Serie Diálogos, talvez não tão bom quanto o primeiro, afinal o primeiro sempre é mais gostoso, porém teremos a mesma garra e força de vontade e quem sabe até o mesmo palestrante.
Com toda a certeza este não foi qualquer congresso, foi o nosso congresso, momentos que ficaram registrados nas fotografias (que são muitas) e na memória, para mim foi gratificante participar da organização e agradeço a todos, Iracema, Osvaldo, Ellis, Marta, Fabrício, Cecília, Gabriel, André, Lilian, Bruno e aqueles que não foram citados mais puderam fazer parte deste momento, afinal conquistamos amigos, nos sentimos úteis e capazes e literalmente tivemos a oportunidade privilegiada de Dialogar com Greco. 

Por: Larissa Ferreira de Oliveira, acadêmica de Direito da Faculdade da Cidade do Salvador.

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